Lançado em Oeiras o Dossiê Esperança Garcia

Integrando as atividades alusivas ao 195º aniversário de adesão do Piauí à Independência do Brasil foi lançado na noite desta terça-feira, 23, “Dossiê Esperança Garcia”, documento elaborado pela Comissão da Verdade da Escravidão Negra no Brasil da Ordem dos Advogados do Brasil – Secção Piauí (OAB-PI) que retrata a época que Esperança Garcia viveu, bem como nosso processo de colonização e escravidão.

O evento aconteceu no Café Oeiras e contou com a participação da vice-governadora Margarete Coelho, do prefeito José Raimundo e autoridades locais. Representando a OAB-PI, a secretária geral adjunta, Élida Fabrícia Franklin, parabenizou o trabalho da Comissão e de todos que abraçaram a ideia da criação do Dossiê.

“Hoje é um momento histórico, pois nós viemos aqui fazer o lançamento oficial do Livro Esperança Garcia no Estado do Piauí. Nos orgulha muito apresentar esse trabalho à sociedade de Oeiras, que conta a história de mulher negra e que não se rendeu à sua condição de escravizada. Ela representa a altivez, a coragem de um povo que decidiu não silenciar diante das atrocidades que sofriam. Nosso Conselho Seccional acolheu o pedido e conferiu o título de primeira mulher advogada do Estado do Piauí”, declarou Élida Franklin.

A presidente da Comissão da Verdade da Escravidão Negra (CVEN) da OAB-PI, Maria Sueli Rodrigues, falou do objetivo do Dossiê. “Esse trabalho tem a intenção de reconhecer Esperança Garcia como a primeira mulher advogada, o que significa fortalecer a luta por Justiça e por direitos, principalmente a luta das Esperanças Garcias do presente.  Que esse símbolo seja um alento para as lutas por Justiça em nosso Estado”, ressaltou.

“O lançamento hoje aqui em praça pública só reforça o desejo de continuar lutando por direitos, por liberdade, por igualdade”, lembrou a presidente da Subseção da OAB de Oeiras, Sânia Mary Mesquita.

A vice-governadora do Estado do Piauí, Margarete Coelho, falou do valor da carta para a época e para os dias atuais. “A Carta de Esperança Garcia é um verdadeiro Habeas-Corpus, por que o que ela pede foi também em favor das companheiras, dos seus filhos. Pede em nome do direito, inclusive de manifestação religiosa que não era dela, que era adquirido do colonizador e que ela soube usar isso ao seu favor. Isso é uma forma de demonstrar sua força”, finalizou.

Em seguida, os convidados puderam adquirir a edição do Livro, que foi autografada pelos integrantes da Comissão da OAB-PI. O evento contou ainda com a apresentação musical das cantoras Kariny Santos e Dandinha.

Esperança Garcia

Esperança Garcia é uma mulher, negra, escravizada, mãe, que escreveu uma carta, em 6 de setembro de 1770, denunciando as situações de violências pelas quais passava a uma alta autoridade, o governador da província do Piauí. É símbolo de resistência e entra para a história ao ousar lutar por seus direitos, de suas filhas, do marido e de suas companheiras no contexto do Brasil escravocrata no século XVIII, mais de cem anos antes de o Estado brasileiro reconhecê-los formalmente.

 

 

 

Com informações da OAB-PI

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