Homenagens e lembranças marcam 2° Grande Encontro dos Natuzeiros em Oeiras

Uma casa amarela, numa esquina, no Centro Histórico de Oeiras. É bem ali, no lugar que foi morada de seus genitores, que se reúnem, de tempos em tempos, os Natuzeiros – como são conhecidos os descendentes de Natu Reis, patriarca da família. Da união com Maria Dária de Macedo Reis, o fazendeiro e comerciante Nataniel de Sousa Reis – o Natu – constituiu uma linhagem numerosa. Hoje, sua prole soma 329 descendentes – 15 filhos, 63 netos, 135 bisnetos, 110 trinetos e 06 tetranetos.

Nesta quinta-feira, 26 de dezembro, Dia de Oeiras, cinco anos após o 1° Grande Encontro da Família Macêdo Reis, os Natuzeiros voltaram a se reunir, em ampla confraternização, iniciada bem cedo, com a alvorada na Praça das Vitórias, seguida pelo café da manhã no solar de Natu e Darinha e visita aos túmulos dos patriarcas e demais entes queridos da família. No final da tarde, os Natuzeiros encontraram-se, novamente. Desta vez, para fazer a foto oficial, que eternizou o encontro.

À noite, eles já estavam juntos mais uma vez. Agora, no Baile de Confraternização, realizado no Hotel do SESC, onde a emoção foi a convidada especial da família, que tem o hábito de celebrar todos os momentos. No início da solenidade, todos cantaram, de pé, o Hino de Oeiras, que na ocasião celebrava 302 anos de história. Depois, sentados à mesa, em torno de risos e lágrimas, os Natuzeiros dividiram recordações e projetos. Foi como abrir um álbum de família e, mais uma vez, rever fotos e rememorar o passado.

As irmãs Alzira, Dária e Dóris se revezaram na tarefa de definir a emoção do momento. “Família reunida é alegria e muita felicidade”, disse Dóris. “É uma confraternização maravilhosa. Todo mundo revivendo o passado. Quem estava longe, fica perto. É nossa maior alegria”, acrescentou Alzira. “É uma coisa extraordinária a reunião de toda a família. Rever a todos nos traz alegria, satisfação e amor”, completou Dária.

Outros membros da família também falaram sobre a confraternização familiar. “Me agreguei à família em 1968, casado com a Dona Conceição, filha de Seu Alcides. Para mim, que moro em Teresina, quando tenho uma oportunidade dessas, revejo toda aquela turma. Muito boa a festa, muito bem coordenada, sucesso total. A família é tradicional, de 1915. A primeira reunião foi com cem anos de constituição familiar e ela vem aumentando. Estão nascendo bisnetos, tataranetos…”, pontuou João Francisco de Assunção, conhecido como Lula.

“É muito especial para a família! Momento de confraternização, alegrias, recordações e muitos sentimentos que vêm à tona. A última reunião também foi muito especial e, este ano, mesmo com a quantidade de pessoas mais reduzida não deixa de ser importante. É momento de brindar, de ser feliz e de aproveitar a convivência”, descreveu Yara Porto Reis.

“Hoje foi um dia muito especial para os Natuzeiros, que estão reunidos para congratular a família. Nessa edição, em homenagem ao Paulinho, que era tio da minha esposa, ver a família toda reunida nessas festividades é muito importante, principalmente nessa época do ano. Fico muito feliz participar desse momento, assim como participei em 2015”, expressou João Manoel Ayres.

Tributo a Paulinho

Este 2° Grande Encontro dos Natuzeiros foi um tributo a Paulo Nataniel Gonçalves Reis, o Paulinho. Primeiro neto falecido do casal Natu e Darinha, Paulinho teve a vida interrompida ainda menino, aos 11 anos de idade, vitimado por uma cardiopatia grave. Na mensagem de saudação aos familiares, Solange Reis Martins, lembrou a infância ao lado do irmão. “Paulinho foi uma criança que marcou época na sua curta existência de vida. Foi amado e respeitado pela família”, relembrou.

“Ele percebia que sua vida aqui era apenas uma visita. Certa vez, me perguntou como era o céu e pediu-me para descrevê-lo. Com a voz embragada, tentei transmitir como deve ser a vida no paraíso celestial. Esforcei-me para tirar dele o medo que deveria sentir. Observei que estava querendo certificar-se de como seria sua morada definitiva, logo que partisse desse curto “passeio”, aqui no nosso meio. O tempo que Paulinho esteve entre nós foi inesquecível. Proporcionou muita alegria a todos que tiveram o prazer de conviver com ele. Foi forte e lutava para superar os obstáculos que a vida lhe apresentava. Soube aproveitar todos os momentos de sua vida”, completou Solange, emocionando a todos.

Retrato de família

Um retrato da família reunida em torno dos ancestrais, Natu e Daria, virou a lembrança de mais um momento de encontro dos Natuzeiros. Obra do artista plástico e arquiteto, Sóter Carreiro, a ilustração, que reproduz uma fotografia do casal Macedo Reis ao lado dos filhos, foi estampada em pratos customizados e entregue aos representantes de cada um dos filhos de Natu e Daria.

Ao receber o ícone, em nome de sua família, Paula Alves Nunes leu a seguinte mensagem:

“Agradeço em nome da vovó Amélia, que não cheguei a conhecer, mas posso descrever pela memória dos familiares.

Mulher mansa e simples. E no seu trato fino uma doce companhia para os que a buscavam.

Vovó como as mulheres da minha família, Maria Zilene, Rosário, Maria Amélia, Maria Daria, Rosângela, assim como todas as outras da família são como as carnaúbas do sertão.

A vista das ricas carnaúbas, uma árvore tão familiar a nós, me lembra a docilidade e fibra das mulheres de Oeiras.

As carnaúbas quase extintas

Abatidas pelas foices dos homens

Mas que teimam em ficar

Vergando flexíveis

Dançando ao som do ar

Elas no sertão vem espalhar

A força vital

Do mundo novo

Que há de brotar”.

A ambientação do espaço foi feita pela decoradora, Karine Sá. O buffet teve a assinatura de Francélia Martins.

Cantando e dançando, ao som de Raila e Pedrinho Soares, os Natuzeiros encerraram mais um encontro de gerações, marcado por homenagens, lembranças, emoção e muita saudade.

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