Sarau marca centenário de morte do poeta Nogueira Tapety

Um sarau lítero-musical, realizado na noite desta quinta-feira, 18, no Solar das 12 Janelas, marcou o centenário de morte do poeta oeirense, Nogueira Tapety. Promovido pela Fundação Nogueira Tapety (FNT) e Instituto Histórico de Oeiras (IHO), o evento reuniu professores e representantes de diversas entidades culturais da cidade.

“Nogueira Tapety pela expressão de sua personalidade e de sua obra artística merecia mais essa efeméride, que serve para rememorar toda sua vida e obra, e contribuir para a petrificação da sua memória. Assim sendo, esse momento não poderia passar em branca nuvens. Estamos celebrando esse momento com muito sentimento e respeito, favorecendo as futuras gerações para que possam ter conhecimento da obra artística deste nosso conterrâneo”, pontua Carlos Rubem, presidente da Fundação Nogueira Tapety, e organizador do evento.

A noite cultural foi aberta pela cantora Kariny Santos, interpretando a versão musical do poema Quos Ego, de autoria do poeta homenageado. Em seguida, pessoas da plateia se revezaram no recital de poemas de Nogueira Tapety.

As homenagens alusivas à data incluíram também uma missa, celebrada pelo padre Possidônio Barbosa, na Igreja Nossa Senhora da Vitória.

“A elaboração de uma programação pela passagem do centenário de morte do poeta Nogueira Tapety foi a maneira mais sensível e honrosa encontrada por estes dois sodalícios para reverenciar este notável oeirense, que tão brilhantemente representou a Velha Urbe para além de sua geografia. A genialidade incomensurável do aludido poeta lhe oportunizou ser imortalizado por via da eloquência de sua escrita poética. De fato, era culto, educado e, sobretudo um gentleman. Oeiras ao realizar uma solenidade desta envergadura, reafirma sua tradição literária tão bem prestigiada por outras gentes e por nosso povo”, elogia o presidente do Instituto Histórico de Oeiras, Júnior Vianna.

100 anos sem Nogueira Tapety

Oeirense, nascido na Fazenda Canela, em 30 de dezembro de 1890, Benedito Francisco Nogueira Tapety experimentou uma passagem meteórica pelo meio intelectual e literário. Após estudar as primeiras letras em Oeiras, ingressou na tradicional Faculdade de Direito do Recife, onde se formou em 1911.

Ainda estudante, dedicou-se ao jornalismo, colaborando com diversos periódicos, como o “Diário de Pernambuco”, do Recife; “O Piauí”, de Teresina; e o “O Diário”, de Belém.

Orador fluente, aos 20 anos, proferiu conferência no Teatro 4 de setembro, de Teresina, sob o título “A Luz”, em que abordava o sol perante a ciência, a religião e a literatura.

Lecionou Psicologia, Lógica e História da Filosofia no Liceu Piauiense. Em 1912, foi promotor público de Oeiras. No ano seguinte, em 18 de novembro, foi nomeado delegado-ge­ral de Teresina, lotado no gabinete do governador Miguel Rosa (1912­-1916).

Poeta, foi o primeiro ocupante da Cadeira nº 15 da Academia Piauiense de Letras. Integra várias antologias, inclusive a de J. G. de Araújo Jorge, intitulada ‘Os mais belos sonetos que o amor inspirou’, e ‘A Poesia Piauiense do século XX’, de Assis Brasil.

Em 1915, quando surgiram os primeiros sintomas do mal que o vitimaria – a tuberculose – buscou tratamento médico na Ilha da Madeira, em Portugal. Faleceu no dia 18 de janeiro de 1918, aos 27 anos, na mesma casa em que nasceu. Está sepultado no Cemitério do Santíssimo Sacramento, em Oeiras.

Dá nome à rua, escola e conjunto habitacional de sua cidade natal. Também, em Teresina, há uma via com seu nome.

No seu centenário natalício, em 1990, foi publicado o livro “Arte e Tormento”, sua obra póstuma.

 

 

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