Alepi anula sessão que derrubou veto do governador e professores ficam sem reajuste no PI

A Assembleia Legislativa do Piauí fez esta quarta-feira (20) entrar para a história. Em sessão marcada por tumulto e muita confusão, os deputados aliados do governador Wellington Dias (PT) anularam a sessão do dia 6 de junho de 2018. A sessão daquele dia havia derrubado o veto do governador ao aumento de 6,81% no salários dos professores, o que garantia o reajuste para os profissionais. Só que nesta quarta, os deputados anularam a sessão que derrubou o veto para atender aos interesses do governo, acabando com o reajuste.

A discussão em plenário foi marcada por muito tumulto. As galerias da Assembleia estavam cheias de professores indignados com a manobra. Os deputados estaduais da oposição questionaram dizendo que nunca na história da Assembleia Legislativa do Piauí uma sessão que derrubou o veto de um governador havia sido anulada. Com a anulação da sessão do dia 6 de junho, o governo enviou para a Assembleia aprovar um reajuste de apenas 2,9% para os professores, percentual que tão somente corrige a inflação.

A base do governo argumentou que a anulação da sessão foi necessária porque a votação da derrubada do veto em 6 de junho foi secreta e deveria ter sido aberta. Na prática, é tudo uma grande manobra do governo para não dar o aumento que havia sido garantido aos professores com a derrubada do veto. O líder do governo, Francisco Limma (PT), que orientou a base governista a derrubar o veto no dia 6 de junho, agora orientou os deputados aliados a manterem o veto e não darem aumento aos professores.

Após muita confusão, a votação terminou com o placar de 18 a favor do reajuste de apenas 2,9%. Inconformados com a manobra inédita no Parlamento Estadual, os deputados estaduais da oposição se ausentaram do plenário na hora da votação. Antes de deixar o plenário, o deputado Robert Rios (DEM) fez discurso duro e disparou dizendo que “cabaré para funcionar precisa ter alvará”, se referindo à Assembleia Legislativa.

ENTENDA
O governo do Estado havia acordado, em maio deste ano, que concederia o reajuste de 6,81% para os professores. A proposta foi aprovada pela Assembleia. Depois, o próprio governador Wellington Dias (PT), que havia encaminhado a mensagem com o aumento, vetou o reajuste, alegando o limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e a vedação, por parte da Justiça Eleitoral, de reajustes acima da inflação até seis meses antes da eleição.

A Assembleia, no entanto, derrubou o veto e manteve o reajuste de 6,81%. Sem poder assinar o reajuste por conta da proibição imposta pela Justiça Eleitoral, o governador se viu diante de um grande impasse. Nenhum deputado estadual da mesa diretora da Alepi também não quis assinar o reajuste com o mesmo temor. Após intensas conversas, a decisão tomada nesta quarta-feira (20) foi a de anular a sessão que derrubou o veto no dia 6 de junho, tirando o reajuste de 6,81% que os professores reivindicam.

 

Fonte: Política Dinâmica

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